domingo, 17 de maio de 2009

Cadeia na Bahia...

Carnaval de 2002, Fino, Nego Diba, Xandeco e eu em Porto Seguro. Já era domingo e até então já tinhamos:

1. Invadido uma pousada atrás de umas curitibanas;
2. Conhecido as vizinhas de pousada (alguns de nós em senso comum, outros em sentido biblico);
3. Sido eleitos "A Turma Legal" da pousada, graças a gloriosa participação de Billy Cebola (meu violão) e Fino e seu tantan.

E decidimos: era hora de partir pra quebradeira power: ir pra Arraial d´Ajuda, zoar o plantão no Parracho.
Beleza. O problema é que havia mais 100 mil pessoas com a mesma idéia.
Saímos às 23:00 e só conseguimos entrar 02 da manha. Mas isso nao importa. O que importa é a saída do rock.

Nove da manhã. A fila das kombis parecia uma imensa minhoca branca naquela estrada de barro. Nego Diba com o corpo fora do carro, pés apoiados na porta e no painel, mexendo com todo mundo que passava. Eu chapado no banco de trás, Fino morrendo de rir e Xande viajando, rindo a toa.
Ao perceber que a fila de kombi nao andava, Fino decidiu:

- Quero nem saber. Vou cortar essas porra tudo!!

Jogou pra esquerda.

Numa curva.

Sem visão.

E...


Acertou a UNICA VIATURA DE POLICIA DE ARRAIAL!!!

Todo mundo encaretando na hora, automaticamente.

Frase marcante do momento: "Fino, que MERDA que voce fez?!?! (Nego Diba)

O PM motorista sai do carro, vem até nós, puxando aquela calça de gambé, bate no vidro. Fino abre o vidro e com a cara de menino mais sonso do mundo...

- Pois não, seu guarda?

-Oxe, cês sabe que ces já tão tudo preso, né?


Depois dos tramites normais na delegacia, fomos levados ao famigerado Destacamento da PM-BA. Hoje, pensando calmamente, nao seria necessário, uma vez que o BO já havia sido lavrado, mas foi uma tentativa de impor pressão.
E caímos.
E tinhamos que esperar pelo grande comandante em chefe da parada: o famigerado e sinistro SARGENTO BIGODE.

O cabo responsável pegou um Tijorola daqueles que o som sai alto e avisa que 4 cabras de Vitória deram uma PT na viatura que tinha acabado de sair da oficina.
E deu pra ouvir a resposta do sargento:

-Oxe, vai cansando os franguim que quando eu chegar, eu depeno...

Fodeu.
Fodeu pra caralho.
Fodeu pra caralho o cú de Creuza!!!

Isso era mais ou menos onze da manhã.
O sargento só deu as caras lá pras 4 da tarde. Todo mundo cansado, moral abalada.
E começou a explanação:

-Vejam bem... Houve a destruição de patrimonio publico da corporação, estamos assim com deficiencia para continuar zelando pela população e pelos visitantes da comunidade. Dessa forma, acho que pode ser de bom tom voces fazerem uma doação para o destacamento para que possamos esquecer o problema causado.

-Beleza, sargento. Comofas?

-Voces deixem EM ESPÉCIE uma doação de 1500 reais em gasolina ali no posto, em benefício do destacamento.


Fodeu pra caralho cu de Creuza.[2]

Conversa daqui, conversa de lá e explicamos que tinha que esperar banco abrir pra pedirmos pra depositar a grana e tal.
Conseguimos sair de lá, fomos comer e dormir um pouco na pousada.
Todo mundo mudo.
Deu 10 da noite, um surto coeltivo começa:

-Porra!!! É domingo e carnaval!! O pau tá quebrando e a gente vai deixar essa parada estragar o carnaval?! Vamos sair nem que seja só pra dar um role. Na rua melhora!!!

Assim foi. Mas o clima, apesar de toda a tentativa, nao subia o astral. Cerveja descia quadrada, nada tinha graça, todo mundo abafado e de repente...

Fino: Paulão, impressao ou aquele moleque ali tá encarando a gente?
Diba: Véio, deixa só ele se engraçar e falar bobagem pra ver o que dá...
Moleque: Aí, parceiro, foram voces que bateram na viatura em Arraial hoje de manha?
Xandeco e Diba: Qualé, mermão? Fomos nós mesmo, por que, algum problema?!
M: Caraca, maluco!!! Voces me salvaram! Eu ia cair pq tava passando um LP lá!!! Po, toma uma breja aqui.

E pagou cerveja pra galera. Começamos a rir da história.
Deu mais um tempo, umas meninas tambem falaram a mesma coisa.
Quando nos demos conta, percebemos que nem tudo estava perdido e o carnaval foi salvo pelo Sargento Bigode.
E não, nao pagamos a conta.
Depois fomos saber que o Sargento foi exonerado da polícia por conduta indecorosa e achacamento / extorsão de turistas. Parece que ele tentou tirar uma grana do sobrinho de um deputado do Mato Grosso.


Moral da história: Quando voce for fazer uma cagada, reze pra sorte virar pro teu lado e voce nao perder seu carnaval.

O MELHOR SHOW DE UMA VIDA

Iron Maiden, Rio de Janeiro, Março de 2009.
Explicando: nao sou tão fanático pelo Iron, mas houve uma sucessão de acontecimentos que definitivamente marcaram meu coração nessa história.
Primeiro: ingressos VIP e passes de backstage na faixa.
Segundo: a cerveja foi na faixa.
Terceiro: inacreditavelmente, mulher pra cacete no rock.

Perder a linha, a tenue linha, foi algo inevitável.

Nao vou contar as histórias.
Já faz mais de dois meses, então tá meio desatualizado.
Mas, deixo voces com uma foto tirada do Eddie no momento em que pegou o ingresso que era do tio Paulo.

Veja bem...


...e pouco antes, atrás da Sapucaí, num boteco pé de porco no Catumbi...



E cá estávamos nós, eu e o maldito comparsa...



Existe dinheiro pra muita coisa.
Mas algumas delas, o preço é infinitamente menor que o valor que elas tem.
Tenho dito.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Esse texto é na verdade, a digitalização de uma carta escrita para um amigo que estava em São Paulo já fazia um tempo e que andava numa perrenga de dar gosto.
Os nomes serão devidamente abreviados, mas, quem conhece sabe direitinho quem é quem.
Divirtam-se!

W. vagabundo, estamos aqui reunidos para relembrar um raro momento de diversão em que você não estava presente. Para narrá-lo é necessário antes, remetermos ao episódio em que você, insistentemente, nos carregou para as proximidades de uma boate de striptease total. Z.C. e eu, ambos casados, recusamos. No entanto, a sua insistência foi tanta que nos vimos forçados a acompanhá-lo nesse seu delírio pós-alcoólico. Nesse dia em questão, ficou a pendência de entrarmos em tal lugar, mesmo com seu esforço sobre-humano para satisfazer um desejo expressado pelo clamor das palavras: “eu quero fuder!!!”
O raro momento começa quando resolvemos andar por aí, Z.C., P. e eu, a tomar uma cerveja, conversar fiado e rir das palhaçadas ocorridas durante o final do curso na faculdade. Já decorrido um certo tempo de birita, eis que surge no horizonte(um pouco encurtado pelo efeito etílico do que estávamos bebendo) uma figurinha muito conhecida e estimada por você. Um personagem de muita projeção na gloriosa odontologia capixaba. Professor Doutor Enófilo (e talvez qualquer outro título) E.B. .Esse indivíduo passou por nós dentro do seu confortável veículo automotor. Nesse momento nossas mentes voltaram-se para o dia em que vosso desejo ficou na iminência de se realizar.
Imbuídos de um sentimento nostálgico decidimos homenageá-lo, brindando à sua saúde, em tão aprazível localidade. Ao adentrarmos no recinto fomos recebidos por 3 simpáticas senhoritas que imediatamente nos conduziram a um distinto salão, repleto de donzelas suplicantes por amor singelo e verdadeiro. Quando elas foram esclarecidas sobre os motivos que nos conduziram a este local, ficaram emocionadas. Somente então pudemos compreender tamanho o apreço que vossa pessoa desperta nas almas femininas. Depois de brindar conosco, as simpáticas e prestimosas donzelas nos acompanharam para um lugar mais acolhedor e aconchegante, onde puderam nos receber mais à vontade. Ah... Doces momentos...Já ameaçava raiar o dia. Pássaros começavam a cantar próximos à janela e estávamos satisfeitos e realizados na nobre missão que você (sim, meu amigo, você) nos deixou. Era como se pudéssemos ouvir sua voz dizendo: “Porra! Eu quero fudeeeer!!
Sabedouras de sua situação, isolado nessa cidade gélida que é São Paulo, e tristes com tal fato, resolveram presenteá-lo com uma simples lembrança como forma de admiração e afeto. Ficamos nós, Z.C., P. e eu, com a incumbência de enviá-la e ao mesmo tempo transmitir o convite, de que logo que esteja em Vitória, brinde-as com a ilustre presença.
Aproveitando o momento deixamos nosso abraço, desejamos sucesso nos seus empreendimentos e um breve regresso.
Um abração,

Z.C., P. e R.

Obs.: 1) Você dá de morto pra comer o cú do coveiro, porra!
2) Vai pra casa da pica!
3) Vagabundo!
4) Come quieto!



"A amizaaaade... nem mesmo a força do tempo irá destruir..."
Fundo de Quintal

sábado, 22 de novembro de 2008

Em Linhares, singela cidade do norte do ES, acontecia um carnaval fora de época chamado Micarense. Peguei a época em que essas coisas ainda eram nas ruas, espaços democráticos de alegria popular e, se nao havia as cordas e abadás de hoje, já havia algo que unia a todos e permanece até hoje: uma grande e única tênue linha unindo todas as pessoas presentes.
No ano de 96, houve várias idéias geniais que terminaram de modo fatidico, como Marcelão montando no meu ombro e quebrando meus óculos ou o brinco de pau brasil e coco (presente de grego que me inflamou a orelha por tres semanas) que ganhei da hippie que me deu uns beijos pra me levar embora um garrafão de vinho, mas nada se supera ao Chefe tentando subir no trio elétrico que passava.
Entendamos: ele estava cheio. Cheio de graça pra uma mocinha até interessante que achava o máximo andar com os pinguços da odonto e cheio de uísque na mente. Num determinado ponto, ele decidiu por fazer graça pra ela mandando um tchauzinho do alto do trio elétrico. Ela se sentiria A garota do rock e ele conquistaria seu coração. Brilhante, né? Nem tanto...
Fui convocado pra ser o brother da vez com ele ali. Também achei genial, dado que o Chefe conhecia geral e sempre foi muito bem relacionado, e podia até dar certo e eu ia se dar-se de bem na aba.
Descemos da casa onde estávamos e metemos o pé pra trás do trio, onde havia uma portinha. E um armário. E o armário atendia pelo singelo codinome de Negão. E tinha um porrete de jacarandá carinhosamente conhecido por Godofredo, o espanta-corno.
O Chefe se aproxima do armário e propõe a subida. "Desenrola aí, brother... Eu e meu chegado ali somos legais pra caramba. Libera, brother..."
Negão era impassível. Digno da guarda da rainha da Inglaterra. Mas toda paciencia tem limites. E quando a dele chegou ao fim, ele meteu a mão no peito do Chefe. Mas o Chefe sempre foi safo. Já estava com um pé no primeiro degrau de subir no trio e braço dado com uma barra de metal. Isso fez com que o empurrao do Negão tivesse o mesmo efeito que o tapa de uma criança num João Bobo.
Ainda da rua, eu falei pro Chefe: "- Bicho, larga mão disso, bora voltar pro rock lá na varanda de fulano". E ele me pedia calma, que já tava quase saindo nosso passaporte para a glória eterna do rock, porque ELE SABIA O QUE ESTAVA FAZENDO.
Após insistir mais algumas vezes, abortei a operação. Menos de 30 segundos depois, um conhecido em comum me avisa:

"-Aê, teu chegado tá mal ali atrás...

Maldição! Era o Chefe!!
Cambaleante, parecia meio bêldo. Bom, ele tava chapado desde cedo, era fato. Mas tava diferente. Mãos na cabeça, olhos fechados e dentes cerrados. Cheguei perto e "Brother, tu tá legal?". Ao sentir um braço escorando, ele se apoiou em meu ombro e senti o sangue me sujando a camisa e largou o peso. Olhei pro simpático Negão, que ostentava o Godofredo com garbo, elegância e estilo e anunciava aos berros:

- TEM MAIS PLAYBOY QUERENDO SUBIR AQUI, TEM?!?!

Peguei o Chefe, carreguei no meio do povo até um carro da Guarda Municipal e implorei para que nos levasse até um posto de saúde onde ele pudesse ser atendido.

Dentro do carro:

Chefe: Paulão, isso aqui vai dar merda, nao vai?
Paulao: Nada, cara. Voce sabe que cabeça sangra pra caralho.
Guarda veado: Ó, toma cuidado pra nao me sujar o banco, tá?


veado é foda...

C: Bicho, jura pra mim que nao vai dar merda...

saco...

P: Vai dar nada nao, cara. Relaxa...
C: Cara, promete uma coisa pra mim...


fodeu...
C: Se acontecer alguma coisa comigo, cara, promete que voce vai matar aquele filho duma puta!!!!

Corta.
Cenário: plena selva vietnamita, chove torrencialmente, eu e ele vestidos como boinas verdes. Ele, meu companheiro de aventuras e irmão de armas, morre em meus braços por uma armadilha traiçoeira de vietcongues. Eu puxo uma faixa vermelha e amarro na testa e berro par a chuva: VINGAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAANÇAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!!
Voltamos à programação normal.

Chegamos no hospital e o cheiro de éter associado à cachaçada começaram a me dar um sono ferrado. O veado do Chefe se deu bem, porque ganhou o telefone da enfermeira, pontos na cabeça e uma ampola de soro glicosado, o que significava que ele estava perigosamente sóbrio de novo. Ah, e com um curativo de faixas que o deixou com a aparencia de um, digamos, pênis não postectomizado (vulgo "pirú sem fimose").
O Guarda Jujú que nos deu carona deixou o Chefe em casa e me largou de volta no rock, mas eu já tava sem pilha. Os brothers restantes no rock foram parceiros pra caramba e me animaram. "Bora lá pra cima, cara! O rock aqui acabou, mas lá na praça o bicho pega!!". Massa! "Coisas boas acontecem com gente boa", pensei. "E às vezes até acontecem comigo!".
Duas esquinas mais pra cima, uma buzina insistente e uma cabeça de cacete falante berra de dentro do carro:

-AÊ!!! BORA LÁ PRA CIMA TOMAR UM MONTE DE GELADA! O PAU TÁ QUEBRANDO LÁ NA PRAÇA!!

Eu juro que se o Godofredo estivesse por perto, eu terminava o serviço mal-feito que o Negão começou.

MORAL DA HISTÓRIA: Nunca, em tempo algum, socorra um bebum - mesmo amigo - e dispense o soro glicosado e o porrete Godofredo.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Primeira contribuição. A narradora inclusive, liberou pra fazer uma breve introdução.
Então, apresento-lhes Rubia Carla (nome ficticio, óbvio). Guria gente boa pra caramba, inteligente e uma das grandes amizades que tenho o orgulho de ter feito em minha vida.
Sem mais delongas, O Sol da Meia Noite!!

Então gente, eu sou a Rúbia Carla, amiga desse cara ai que fica contando essas histórias de bêbados, coisa mais feia. A gente se conhece há, sei lá, tanto tempo que ainda se usava ICQ e Mirc (hihihihi).
Bom, então foi assim. Um dia eu recebi a visita de 3 amigos. Eles chegaram à minha casa por volta das 6 da manhã, e eu esperando bem bonita com um café e pães fresquinhos. Às 8:00 já estávamos abrindo a terceira latinha de skol. Lá pelas 10:00 resolvemos sair e fazer compras, o que obviamente não foi uma boa idéia. Continuamos bebendo. Uma amiga comprou um relógio caréééésimo e só foi se lembrar no dia seguinte. A outra, comprou uma porra de um batom vermelho-puta que não saia da boca nem por reza (ela ficava esfregando a boca na latinha para provar), e no fim, as 16:00 acabamos num shopping, comendo batata assada recheada.
À noite, o objetivo era assistirmos a um show. No intervalo entre a minha casa e o local do show paramos na casa de um cara para um esquenta, mas não vale a pena gastar contando.
Enfim, não tínhamos ingressos e a fila estava quilométrica, e a minha amiga com a porra do batom vermelho-puta querendo mostrar pra todo mundo que ele não saia.. Enfim, decidimos rumar para uma boate que tem uma fama de ter seus drinks batizados. Cada uma ganhou dois na entrada. Eu bebi os meus dois e os dois das outras duas. Isso já era quase 1 da manha (realizou que começamos a beber as 8?). Um dos amigos desgarrou-se e sabe Deus onde foi parar.
Pois bem, passamos todas a porra do batom vermelho-puta que não saia nem pelo caralho e nos jogamos. Lá pelas tantas, a dona do batom se atracou com um árabe que tinha uns 10 seguranças. Ele era do Iêmen, ou algo parecido. Dava dó tentar ver a comunicação entre eles. Pior foi tentar resgata-la porque os seguranças fizeram literalmente um cordão de isolamento. Fato que naquele momento eu estava perdendo a amiga para algum harém.
A segunda amiga também se arrumou lá com um sujeito extremamente irritante mas que ela achou (e acha ate hoje) o homem mais bonito que ela pegou na vida. Bom, gosto é que nem cu, né?
Daí me vi sozinha, com um batom vermelho-puta que não saia nem fudendo, um vestido tomara que caia azul, perdida na boate. Quando alguém me cutucou na escada perguntando sobre a minha tatuagem. Tive um lapso de me memória e no momento seguinte, estava no andar de baixo, me pegando alucinadamente com o cara. E quando eu digo alucinadamente, vocês podem sim,pensar em cenas, digamos assim, pornográficas. Aliás, ate hoje eu não sei como não fomos expulsos de lá pelo que a gente fazia no meio da pista. Jesus...
E ai eu resolvi mostrar todas as minhas outras tatuagens para ele. O grande problema é que uma delas fica nas costas, perto da marca do biquíni, local de acesso restrito quando se esta de vestido... Isso é o que você pensaaaaaaaaaa. Rúbia Carla, sendo Rúbia Carla, não se fez de rogada e levantou o vestido, no meio da boate, pro caboclo poder ver a tatuagem.
E seguiu-se o dialogo:
RC: E ai, ta vendo o sol (levantando o vestido)
Caboclo: não, mostra de novo
RC: aqui ó (Levantando o vestido e apontando)
C: nada, só vejo uma calcinha preta.
Segue outro lapso de memória, e eu estava no andar de cima com minhas amigas (sim, ela conseguiu se livrar do árabe) e chamando pra ir embora. Daí eu falei pro sujeito lá, ir pra casa comigo, mas ele tinha que levar um amigo do outro lado da cidade, então combinamos que ele levava o amigo e voltava pra minha casa. Trocamos telefones e resolvemos descer para irmos embora.
Nisso meu salto quebra e eu caio da escada (ou eu caio da escada e meu salto quebra, essa parte não ficou muito bem definida até hoje). Ai, o pobre coitado do segurança fala para minha amiga: desculpa, não consegui segurá-la. No que vem a resposta: mas nem se você fosse o Senhor Miagy.
Seguimos para minha humilde casinha por volta das 5 da manha. Coloquei meu pijaminha de oncinha e esperei o carinha da boate ligar e voltar. Ele não voltou. Daí eu liguei e deixei a seguinte mensagem na secretaria do celular dele: “Oi fulano,é a Rúbia, estou aqui esperando você vir me comer”

Moral da historia: minha tatuagem ganhou a singela homenagem de “sol da meia noite”, e os homens nem sempre se animam em comer uma mulher extremamente bêbada.



hehehehehehe... menina sapeca!!!

sábado, 8 de novembro de 2008

Um dos grandes problemas de se contar histórias de cachaçadas é que se voce é um dos personagens da história, tem que esperar várias pessoas te contarem as suas versões do fato, porque lembrar mesmo... Dá não, heim?
Se existe alguém com quem beber e falar bobagem sempre foi um prazer, esse alguém é o Jot. E nos tempos de perrenga, sempre houve um lugar sagrado pra qualquer um que ou estudou na UFES ou frequentou minimamente Jardim da Penha: o Bar Restaurante e Lanchonete Nivilomas. Só que como esse nome é muito grande e além de tudo feio pra caralho, devido a um pequeno problema anatomico do proprietário do bar, o estabelecimento era chamado normalmente de Mãozinha.
E no mãozinha rolava uma promoção de Brahma. Nao lembro se era dose dupla de garrafa ou preço irrisório até às 23h. Mas lembro que até esse horário era fácil ver desde estudantes de cursinho até universitários e recém formados na pindura, chapando o côco e descobrindo o quao bela a vida e algumas mulheres podem ser sob o efeito do álcool.
Salvos dessa segunda parte de admiração etílica, pois ambos tínhamos namoradas (e ele se casou com a namorada dele), fomos pro famigerado Maozinha tomar umas.
O problema é que chegamos perto das 19h.E ficamos até o final da promoção. Passa tempo, passa carro, cai chuva, passa chuva e ficamos.
E bebemos.
E empenamos.
E a fome bateu.
Já no caminho de volta pra casa - minha casa, onde hospedaria o cidadão naquela noite - a fome cresceu.
Eu, que sempre gostei de cozinhar, resolvi ir pra cozinha, tentar fazer algo que prestasse pra saciar os vermes malditos do submundo intestinal, completamente insandecidos pelo álcool.
E cortei uma cacetada de verdura e legumes e frango, na vã esperança de que saísse um chop suey ou similar.
E a mulher dizendo: "Pára de onda e vai dormir. Voce vai fazer merda e acordar todo mundo."
ATENÇÃO PARA ESTA PARTE
Respondi a frase mais temida da história da humanidade:

"Não aluga porque EU SEI O QUE ESTOU FAZENDO".

E ao ficar "pronta" a gororoba, um silêncio sepulcral se lança cozinha a dentro.
Jot comeu a parada toda mudo. Eu também.
Quando terminou, ele envergonhado ou em um possivel estado de torpor, pede:

"Tem água aí?"

Foi quando percebi que a garrafa de quase meio litro de shoyu tinha estava pela metade.

Moral da História: shoyu na mão de bêbado é arma
Moral da História - parte 2: quem diz que "sabe o que está fazendo", normalmente não tem a menor idéia da cagada que se aproxima
A casa do Marcelão sempre foi um reduto de apreciadores de estados etílicos. Pequenas reuniões habitualmente transformavam-se em porres homéricos e ressacas inigualáveis. Numa dessas, foi descoberto um carrinho de pedal do sobrinho dele, o Igor. Carrinho desses, de plástico, imitando um formula 1.
Num dos bons exemplos de rompimento da tênue linha, foi levado para uma daquelas saídas inclinadas que havia no Shopping Vitória aproximadamente às 2 da manhã por 4 bêbados: o próprio Marcelão, Léo Rosquinha, Baiano e eu.
Teve início a temporada de corridas mais emocionante desde a conquista do último campeonato Senna! Objetivo básico: ir mais longe sentado no carrinho.
Agora, o pobrema era que o infeliz do carrinho tava com a direção bichada e nao importava se era virado pra esquerda ou pra direita, ele invariavelmente guinava pra esquerda bruscamente, levando o piloto do bólido a ser arremessado no asfalto. Quando não havia essa decolagem, o destino final era o meio fio e a consequente sacada no volante do carrinho.
Saldo final da noite: tres marmanjos com escoriações nos braços, duas bermudas furadas, um carrinho destruído e uma criança completamente desolada no dia seguinte.
Reza a lenda que boa parte dos problemas do atual adolescente Igor são originados neste dia macabro.


Moral da história: não há.
É dada a largada para este blog. Dizem que escrever em blog é como uma cachaça. Bem, cachaça é o que nao vai faltar aqui.
Minhas estranhas histórias de embriaguez (e de outras pessoas também) são o objetivo.
E lembrem-se sempre: nao é só Deus quem mata não...